Despedida apoteótica de Iljo Keisse em Gent

Os Seis Dias de Gent são a prova mais tradicional desta variante do ciclismo de pista. Iljo Keisse escolheu a edição centenária para fechar uma carreira que para o público estrangeiro fica marcada pela ligação de 13 anos à Quick-Step, embora os belgas o associem mais às sete vitórias no Seis Dias de Gent, onde alinhou este ano com Jasper de Buyst.

Não é só a casa cheia todas as noites ou a proximidade entre fãs e atletas, o evento é sobretudo icónico pelo velódromo em que se disputa: é em ‘t Kuipke que uma semana por ano se revive a idade de ouro da pista, num velódromo com uma corda de 166,6 metros, isto é, muito mais pequeno do que os habituais 250 metros de extensão.

O “Rei de ‘t Kuipke” fecha a carreira com 28 vitórias em provas de Seis Dias, mais quatro títulos europeus na pista e deixa na memória coletiva o agónico triunfo na Volta à Turquia de 2012 – a primeira das cinco vitórias que obteve na estrada como profissional. Também venceu a última jornada do Giro de Itália em 2015.

Robbe Ghys e Lindsay De Vylder venceram os Seis Dias de Gent virando a classificação no último dia perante Fabio Van Den Bossche e Yoeri Havik – dupla que nos Mundiais rivalizou na corrida por pontos ganha por Havik para os Países Baixos e com Van Den Bossche a levar o bronze para a Bélgica. Curiosamente Van Den Bossche e Lindsay De Vylder até fazem dupla no madison ao serviço da seleção e subiram ao pódio no Campeonato do Mundo disputado em Munique em meados de outubro.

Com direito a guarda de honra no velódromo da cidade que o viu nascer, o “Rei de ‘t Kuipke” pendura a bicicleta aos 39 anos. “Tudo começou aqui. Em miúdo sonhava em correr os Seis Dias enquanto via passar os corredores desde a bancada. Foi um longo caminho desde 2005 quando ganhei aqui pela primeira vez”, contou um emocionado Iljo Keisse após fechar com vitória no Madison e certificar o 3º lugar nos Seis Dias de Gent.

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